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A icônica imagem da maçã mordida hoje é a inconfundível marca da gigante da tecnologia Apple. No entanto, Steve Jobs e cia. quase tiveram que escolher outro símbolo e outro nome para representar sua empresa.

É que tanto a fruta quanto o nome Apple também foram a escolha de outros gigantes mundiais: os Beatles. Antes de Jobs, eles já usavam a maçã como marca de sua gravadora.

E, quando o negócio envolve nomes de peso como esses, o resultado não poderia ser outro. Com o valor de mercado da marca Apple, ninguém queria abrir mão dela e isso levou a uma disputa judicial de quase 30 anos.

Essa história demonstra como a proteção e o registro de marca são essenciais, mesmo para os maiores nomes do mundo, pois pequenas divergências podem se tornar disputas prolongadas, caras e desgastantes.

Por isso, a história da briga entre os Beatles e Steve Jobs pela marca Apple serve como um lembrete da importância de garantir que nossas marcas estejam legalmente protegidas.

Neste artigo, vamos te contar como a paixão pela maçã causou um conflito entre dois gigantes mundiais e quase mudou toda a história da Apple.

A história por trás da marca Apple

Atualmente, quando se fala em Apple, o nome nos remete imediatamente à marca que revolucionou o setor de tecnologia no mundo. No entanto, nem sempre foi assim.

Bem antes de Jobs lançar sua empresa, os Beatles criaram a marca Apple, com o objetivo de substituir a empresa original, Beatles Ltd., e diversificar os negócios.

Assim, em 1967, surgiu a Apple Corps., com várias subsidiárias dedicadas a diferentes atividades: Apple Records, Apple Music, Apple Films, Apple Publishing, Apple Eletronics, Apple Boutique, etc.

Foi só no final da década de 1970 que Steve Jobs e Steve Wozniak, dois jovens entusiastas da tecnologia, se uniram para formar a empresa que revolucionaria a indústria da computação.

Em 1976, nove anos depois dos Beatles, eles fundaram a Apple Computer Company, que mais tarde ficou conhecida como Apple Inc.

Além do nome, as duas empresas compartilhavam um logotipo semelhante. Enquanto os Beatles escolheram uma maçã verde para a Apple Corps., Jobs e Wozniak criaram a clássica imagem da maçã mordida.

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Sequência de disputas

Mesmo que os Beatles já fossem uma marca mais que consolidada e Jobs e Wozniak ainda dessem os primeiros passos para se tornarem o que são hoje, a briga pela maçã não foi fácil. A história da disputa pela marca Apple se arrastou pelos tribunais por quase 30 anos, entre ações, multas e acordos.

Tudo começou em 1978, quando o guitarrista dos Beatles George Harrison viu um anúncio dos computadores da Apple em uma revista. O uso do nome e da maçã como símbolo acendeu um alerta no cérebro do músico e ele percebeu que poderia haver confusão com a marca que haviam criado em 1967.

Então, os Beatles entraram com uma ação na Justiça alegando violação de marca. Três anos depois, foi feito um acordo em que a Apple Inc. pagou uma multa de 80 mil dólares e se comprometeu a usar a marca somente para computadores. No setor de entretenimento, o direito de uso seria dos Beatles.

A paz foi quebrada em 1986, quando a empresa de Steve Jobs lançou o lançou o software "Apple Music", uma ferramenta de gravação e reprodução de músicas em seus computadores. Os Beatles entenderam que o acordo anterior havia sido violado e entraram com uma nova ação em 1989.

Mais uma vez, os dois chegaram a um acordo. A decisão de 1991 garantiu à Apple Corps. os direitos sobre “criação musical” e, à Apple Inc., o direito de “reproduzir e entregar” conteúdos musicais. Mesmo com o acordo, Jobs e Wozniak tiveram que pagar uma multa pesada de 27 milhões de dólares.

A disputa voltou aos tribunais em 2003, quando a Apple de Jobs lançou o iTunes Music Store, que permitia a venda de músicas pela internet. Novamente, os Beatles entenderam que o acordo havia sido quebrado e acionaram a Justiça.

Só que, dessa vez, a Justiça ficou ao lado de Steve Jobs. Para o juiz responsável pelo caso, as ferramentas da Apple não estavam rompendo o acordo porque não entravam no âmbito de “criação musical”, apenas de reprodução.

Afinal, quem é  o dono da marca Apple?

A Apple Inc. Com a decisão judicial de 2007, a disputa pela marca foi finalizada com vitória de Jobs e Wozniak.

Hoje, a empresa de tecnologia detém todas as marcas registradas relacionadas com a palavra “Apple” e autoriza o uso de algumas marcas para a empresa dos Beatles.

Assim como acontece em muitos casos de disputas de marca, não bastou à banda britânica o fato de usar a marca antes. No Brasil, usar uma marca por muito tempo também não oferece garantias. Para o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), responsável pela concessão de registros de marcas no país, o proprietário da marca é quem a registra primeiro e não quem a usa por mais tempo. Por isso, é tão importante registrar uma marca, mesmo que ela seja antiga.

Além disso, mesmo saindo vitoriosa na briga pela marca, a Apple Inc. teve que desembolsar milhões de dólares em multas ao longo dos processos. Ser dono da marca Apple não foi nada barato para Jobs.

Outras disputas de marcas famosas

A briga judicial pela Apple teve grande repercussão por envolver dois nomes de peso, mas há muitos outros casos de disputas por marcas registradas entre gigantes do mercado.

Veja alguns deles:

Apple x Samsung

Em 2012, a Apple acusou a Samsung de copiar o design do iPhone e do iPad, infringindo seus direitos de propriedade intelectual. O processo encerrou em 2018, com a Samsung condenada a pagar bilhões de dólares em indenizações à Apple.

Katy Perry x Katie Perry

Em 2019, a estilista australiana Katie Perry acionou a Justiça contra a cantora pop Katy Perry por ter usado sua marca registrada de moda para comercializar roupas entre 2014 e 2018. No início de maio deste ano, a Justiça decidiu que Katy Perry não poderá mais usar a marca e terá que pagar uma indenização à empreendedora australiana.

Amazon x Amazoom

Em 2020, a gigante do comércio eletrônico Amazon processou a empresa Amazoom por usar nome e logotipo muito semelhantes aos seus. A Justiça confirmou que a Amazoom estava violando a marca registrada da Amazon e a empresa foi obrigada a mudar seu nome e a pagar uma indenização.

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Como você viu, disputas por marca registrada podem ser longas, caras e complicadas. São casos que servem como lembrete de que o registro de marca é crucial para proteger a identidade de uma empresa.

Se você quer saber mais sobre propriedade de marca e como se proteger legalmente, entre em contato com a Consolide Registro de Marcas. Nossos especialistas estão preparados para tirar todas as suas dúvidas.