Criar startup do zero depende de planejamento e da providência de uma estrutura adequada. Além disso, você precisa enxergar, na sua criação, um claro potencial de crescimento.
Entre o “e se” e a realidade, existe um processo que exige organização, pesquisa, testes e ajustes, e é sobre isso que vou tratar neste artigo.
Em vez de você dar um salto no escuro, conte comigo para começar uma jornada trilhada com passos bem definidos, desde o rascunho até as vendas. Cada decisão importa, então, seja estratégico(a) a partir destes esclarecimentos.
Como funciona uma startup?
Esse tipo de empresa, focada em desenvolver soluções inovadoras e, geralmente, com base em tecnologia, busca crescer de forma rápida e escalável, então, funciona quase como um laboratório em que seus gestores experimentam, testam, erram, ajustam e testam de novo até encontrarem o caminho certo.
Quem detém uma startup trabalha em busca do famoso “product-market fit”, ou seja, do atendimento real de uma demanda do mercado através do produto ou serviço oferecido, preferencialmente com inovação, por isso, precisa de agilidade, flexibilidade e uma mentalidade aberta para mudanças.
Os recursos podem ser limitados, a resiliência e a disposição de jeito nenhum! Outro artigo traz ainda mais pontos que você deve saber antes de empreender: salve para ler em seguida.
Como criar startup? Passo a passo completo
A jornada de tirar uma startup do papel vai desde a definição clara do problema que será resolvido pela empresa até o cumprimento de todas as etapas do registro da marca e o lançamento oficial da solução no mercado.
Detalhei esse passo a passo a seguir.
1. Defina o problema que a startup resolve
Toda startup nasce para resolver um problema relevante a partir de ideias inovadoras, portanto, identifique uma dor do mercado que ainda não tenha sido bem atendida ou que possa ser solucionada de forma mais eficiente.
Você vai usar isso como base para estudar a concorrência e definir seu público-alvo.
2. Estude o mercado e seus concorrentes
Sabendo qual caminho você pretende seguir com a sua empresa, analise tendências do setor, entenda o comportamento dos consumidores e defina seu público-alvo. Ao mesmo tempo, mapeie os principais concorrentes.
Ferramentas como Google Trends e relatórios de fontes confiáveis online são ótimos pontos de partida para criar uma empresa com a identificação de oportunidades de diferenciação e riscos potenciais.
3. Defina o tipo da sua startup e crie uma proposta de valor
Use o quadro adiante como um guia para fazer a escolha do formato de atuação da empresa. Com essa definição e os dois passos anteriores tendo sido seguidos, crie a proposta de valor do negócio.
Principais tipos de startup para você conhecer | |
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Formato | Atuação |
Inovação disruptiva | Transforma um mercado que já existe, oferecendo uma solução nova |
Nicho | Atua em um mercado específico e atende demandas claras |
Expansão (Scale-up) | Está pronta para crescer rapidamente e já tem um modelo de negócio validado, costuma buscar mercado internacional |
Social/Ambiental | Resolve problemas nesses âmbitos |
Lifestyle | Oferece liberdade ao público-alvo, mas não necessariamente busca larga escala |
Business to Business (B2B) | Oferece soluções para outras empresas |
Business to Consumer (B2C) | Focada no consumidor final, com produtos ou serviços escaláveis |
Agora, o que faz sua solução ser única? Por que alguém a escolheria em detrimento de outra? A proposta de valor é a essência da sua startup e precisa estar clara desde o início.
4. Monte um modelo de negócio escalável
Utilize um Business Model Canvas para estruturar os pilares do seu negócio, incluindo segmentos de clientes, canais de venda, fontes de receita, recursos e parcerias-chave.
Visualizando todos os fatores, depois de muito estudo e das outras definições, crie um modelo que poderia ser replicado e que tem capacidade de crescer rapidamente, sem depender proporcionalmente do aumento de custos.
5. Valide a sua ideia
Se você tem uma ideia de startup e quer validá-la, faça todos os testes possíveis ligados a ela. Na prática! Desenvolvendo um Produto Mínimo Viável (MVP) para isso, ou seja, colocando em uso uma versão simplificada da sua solução, apenas com as funcionalidades essenciais.
Aí, obtenha dados reais com base em interações reais para decidir como seguir. As opiniões de amigos e familiares até são bem-vindas, mas tirá-las como base é furada.
6. Legalize toda a operação
Finalmente, escolha o tipo societário mais adequado para a startup, cadastre o CNPJ corretamente e providencie tanto alvarás quanto registros fiscais necessários. A dica aqui é usufruir da experiência de um contador que já lide com empresas similares.
7. Registre a marca da sua startup
Ainda dentro das burocracias fundamentais, faça o registro da marca da startup no Instituto Nacional da Propriedade Industrial se quiser garantir que todos os seus esforços não sejam em vão.
Da mesma maneira que você contou com um expert no passo anterior, contrate especialistas em registro de marca para lhe ajudar.
Só o registro garante a exclusividade de uso da marca em todo o território nacional e a protege contra cópias ou usos indevidos por terceiros. Além disso, ele é um ativo que valoriza o negócio perante investidores, parceiros e clientes.
8. Busque investimentos, se necessário
Depois de validar o MVP, decida se você vai atrair investidores ou crescer com capital próprio.
Se ficar com a segunda opção, anjos, aceleradoras e fundos de venture capital são algumas opções, mas, prepare-se, pois você vai precisar de um discurso afiado, projeções financeiras e uma boa narrativa de crescimento.
Listei dicas valiosas para você conseguir investimento para a sua startup:
- Apresentar um plano de negócios sólido
- Tratar de metas consistentes, como tração e potencial de mercado
- Preparar um pitch caprichoso
- Participar de feiras e eventos do setor e envolvendo outras startups
- Estar em programas de incubação
- Mostrar não só o quanto a proposta é inovadora, mas como ela tem capacidade de retorno financeiro
E paciência, viu?
9. Lance seu produto e acompanhe as métricas
Com tudo operando, colete feedbacks e acompanhe indicadores-chave de desempenho, a exemplo do Custo de Aquisição de Clientes (CAC), do Lifetime Value (LTV) e das taxas de conversão de vendas.
Faça ajustes rápidos e vá evoluindo conforme a “coisa anda”: não fique esperando mudanças no mercado para construir uma marca forte e alcançar um novo patamar com sua inovação!
BÔNUS: ideias de startup para inspirar seu começo
Existem dezenas de possibilidades promissoras esperando por você – e agora que você já sabe o passo a passo a ser seguido rumo ao sucesso, pode ser que tenha ficado mais fácil escolher.
Inspire-se nas sugestões que trouxe antes do encerramento do artigo.
Plataforma de telemedicina
- Tipo: healthtech
- Descrição: atendimento médico remoto com agendamento e chat
- Características: baixo custo operacional; alta demanda
- Dica para começar: pesquisar a legislação, investir em segurança de dados
Aplicativo de mobilidade urbana sustentável
- Tipo: greentech
- Descrição: compartilhamento de bicicletas e caronas
- Características: redução do impacto ambiente; negócio escalável
- Dica para começar: mapear as áreas em que há demanda
Plataforma de aulas online
- Tipo: edtech
- Descrição: reúne professores e alunos
- Características: plataforma escalável para atender demanda constante
- Dica para começar: estudar ferramentas de e-learning e buscar parcerias
Marketplace de produtos veganos
- Tipo: e-commerce
- Descrição: reunião de marcas e consumidores plant-based
- Características: foco num nicho específico; fidelização alta
- Dica para começar: identificar fornecedores, garantir checkout transparente
Aplicativo para a saúde mental
- Tipo: healthtech
- Descrição: app em que podem ser realizadas sessões de terapia online
- Características: solução integrada aos planos de saúde
- Dica para começar: contratar psicólogos e investir em UX
Fintech com foco em educação financeira
- Tipo: fintech
- Descrição: conta e cartão, mas com foco em controle de gastos
- Características: modelo freemium; dicas personalizadas
- Dica para começar: consultar especialistas e estude a legislação
Aplicativo de voluntariado
- Tipo: socialtech
- Descrição: conexão entre ONGs e voluntários
- Características: impacto social com base na geolocalização
- Dica para começar: consultar a necessidade das ONGs e firmar parcerias
Serviço de assinatura de snacks saudáveis
- Tipo: foodtech
- Descrição: envio recorrente de lanches naturais
- Características: fidelização; logística estratégica
- Dica para começar: firmar boas parcerias com fornecedores e entregadores
Plataforma de gestão de eventos online
- Tipo: martech
- Descrição: gestão de eventos e ingresso
- Características: plataforma interativa e integrada às redes sociais
- Dica para começar: criar uma interface 100% intuitiva
Aplicativo para aluguel de roupas
- Tipo: fashiontech
- Descrição: roupas por assinatura para diversas ocasiões
- Características: economia circular; logística e suporte fundamentais
- Dica para começar: criar um estoque inteligente antes de iniciar a operação
Consultoria online de ESG
- Tipo: B2B/greentech
- Descrição: espaço online de consultoria para pequenas e médias empresas
- Características: foco em ajudar na adequação às práticas ESG
- Dica para começar: busque especialistas e automatize relatórios
Aplicativo de networking profissional
- Tipo: HR tech
- Descrição: conexão entre profissionais e empresas
- Características: foco em rapidez e assertividade; por geolocalização
- Dica para começar: faça testes numa cidade específica antes de escalar
Aplicativo de viagens personalizadas
- Tipo: travel tech
- Descrição: roteiros elaborados com IA a partir das preferências sinalizadas pelo leitor
- Características: integração com APIs; foco na experiência
- Dica para começar: aperfeiçoe a inteligência a partir de testes com viajantes e guias turísticos
Apenas lembre-se de operar uma empresa combinada com seu perfil, alinhada às tendências do mercado e cujas soluções resolvam um problema real.
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