Uma comunidade de marca não requer explicação: ela nasce da aproximação entre empresa e público-alvo, e das trocas que acontecem em diversas situações.
Pessoas que a compõem passam a compartilhar as experiências que têm com a marca (entre si e com a própria empresa), comentam ideias e se sentem parte da história do negócio.
Quer criar a sua? Defina um objetivo para atrair participantes, trabalhe a favor de conexões verdadeiras e priorize a informação e o suporte muito mais do que a venda per se.
O engajamento acontece quando as pessoas percebem que fazem parte de algo real e pode ser online, ser promovido num evento presencial etc.
De um jeito ou de outro, é essencial que o seu consumidor se sinta ouvido para a comunidade crescer sem esforço.
Trago mais dicas neste artigo, espero que você goste!
O que é uma comunidade de marca de verdade?
Se uma comunidade de marca é um grupo de pessoas que se reúne em torno de um negócio, produto ou serviço para trocar ideias, experiências e aprender umas com as outras, física ou digitalmente, ela precisa significar um espaço no qual todos se sintam à vontade.
Nela, devem haver:
- Trocas, perguntas, respostas, ensinamentos, dicas e opiniões
- Conexão real entre os membros e entre os membros e a marca
- União dos participantes em torno de um objetivo ou interesse em comum (e também em comum aos da marca, é claro)
- Liberdade e segurança para contribuições; horizontalidade
Além disso, nada impede que a sua comunidade de marca seja um lugar no qual você vai testar ideias (seus famosos MVPs!) e coletar feedbacks para ajustá-las.
Dentre os benefícios de ter uma comunidade de marca, destaco a fidelização, os excelentes insights e a construção de maior alcance e melhor reputação no mercado.
Em muitos casos, diversas pessoas se tornam defensoras do negócio e fazem propaganda gratuita. Sem contar que dúvidas e problemas são resolvidos dentro do próprio grupo, evitando atritos que se espalham por aí.
Quer mais? Comunidade de marca tem tudo a ver com identificação de tendências, afinal, ao monitorar a sua você percebe comportamentos e interesses que estão surgindo.
“Sobre o que falar na minha comunidade de marca?”
Aja naturalmente em busca de conexão com o público-alvo da sua empresa!
- Fale sobre o que o negócio representa para os stakeholders
- Apresente produtos, serviços ou ideais conversando de igual pra igual
- Mostre as visões e os valores do negócio
- Comente sobre novidades e leia/ouça as opiniões; depois, demonstre que você prestou atenção aos feedbacks e decidiu adotá-los
- Faça enquetes, caixinhas de perguntas e tudo o mais que a galera faz no Instagram!
- Transmita dicas e informações de forma mais ampla, ou seja, ligadas ao seu nicho, mas talvez não diretamente à sua solução
- Capriche naquele marketing emocional, capaz de evocar sensações
- Valorize quem contribui; reconheça as participações
E se a comunidade for online, de vez em quando, convide para eventos presenciais; se estiver se formando no offline, não esqueça de propor a criação de um grupo para atualizações no digital também!
Deixe a sua imaginação falar – mas sempre correspondendo aos interesses e desejos de quem está envolvido na “patota”, viu?
Inspire-se nestes exemplos de comunidades de marca bem-sucedidas
Cada uma com sua estratégia, todas estas comunidades oferecem espaço para troca, colaboração e aprendizado e ensinam à outras marcas como engajar pessoas de forma consistente:
NuCommunity (Nubank)
- Formato: fórum on-line
- Objetivo: ser um espaço para sugestões e dúvidas
- Resultado: interações clientes <> equipe fazem todos se sentir ouvidos e conectados a marca
Nike Training Club (Nike)
- Formato: aplicativo para celular
- Objetivo: compartilhar treinos, dicas de saúde e resultados esportivos (amadores ou profissionais)
- Resultado: incentiva a participação ativa dos membros em atividades físicas e desafios; facilita a troca de experiências
Reserva INK (Reserva)
- Formato: encontros presenciais
- Objetivo: designers independentes, artistas e consumidores reunidos para personalização de roupas
- Resultado: estímulo ao pertencimento e à cocriação gerando sensação de exclusividade e fortalecendo o vínculo
LEGO Ideas (The Lego Group)
- Formato: plataforma digital
- Objetivo: partilha de ideias de novos produtos
- Resultado: comunidade vota nas melhores ideias e interage; as sugestões dos fãs são transformadas em produtos de verdade
Beauty Insider (Sephora)
- Formato: programa de pontos com benefícios
- Objetivo: acesso antecipado a produtos da grande empresa de cosméticos e beleza, partilha de avaliações e dicas
- Resultado: a combinação de recompensas e interação é um incentivo tanto para participação na comunidade quanto para as compras
Vai dizer que você não gostaria de fazer parte de uma dessas turmas?
“Quero criar uma comunidade para a minha marca! E agora?”: 5 passos para começar
A criação de uma comunidade “pede” propósito claro, pelo menos um canal certo de comunicação e incentivos às participações.
Fica que tem mais! :)
1. Defina qual será o propósito da comunidade
Você quer aproximar pessoas em torno de algo que realmente importa – e o que é esse “algo”? Sem propósito, uma comunidade vira só mais um grupo sem vida.
- O que sua marca defende?
- Como os valores da marca podem conectar pessoas (e conectá-la ao público-alvo)?
- Quais dores e interesses podem ter soluções conjuntas?
- O que tornaria a sua comunidade única, diferente das outras?
- Qual valor agregado oferecer aos participantes?
Tire alguns instantes de reflexão…
2. Escolha o canal certo
Esteja exatamente aonde o público-alvo está, senão, você não consegue engajamento. Algumas comunidades são construídas e atualizadas via redes sociais (Facebook, LinkedIn, Instagram, TikTok); outras dependem de aplicativos de mensagens instantâneas.
Tem também aquelas que contam com plataformas próprias, tipo aplicativos, fóruns online e eventos, à distância ou não. E muitas podem ir se formando a partir do compartilhamento de newsletters ou e-mails marketing.
3. Faça as pessoas se sentirem incluídas
Cada vez mais,a galera quer se sentir parte de alguma coisa e, se você conseguir atender essa necessidade, o engajamento da sua comunidade vai aumentar. Uma vez tendo criado o “grupo”, certifique-se de:
- Dar respostas sem demoras
- Incentivar que todos se apresentem
- Compartilhar histórias e pedir que os outros façam o mesmo
- Convidar todo mundo a dar opiniões/feedbacks
- Incentivar a partilha de fotos e vídeos
- Apoiar a indicação de outros membros
- Apresentar resultados e conquistas da comunidade
- Etc.
Mostre, através das suas ações e campanhas, que a comunidade é feita por todos e para todos. E que todos pertencem a algo maior!
4. Modere os diálogos
Sem ditar nada, faça uma moderação atenta de tudo o que as pessoas compartilham na sua comunidade. Trabalhe, por exemplo,algumas técnicas de social listening para ouvir e ler o que dizem sobre a sua marca, inclusive fora do ambiente seguro.
Lembre-se de que comentários e sugestões são sempre bem-vindos, e que é a forma como a empresa reage a eles que faz toda a diferença na criação de um vínculo duradouro com os consumidores.
5. Vá ajustando suas estratégias conforme coletar dados
Enquanto tudo se desenrola, meça os resultados para entender se a comunidade realmente está cumprindo com o propósito dela. Descubra o que engaja e, portanto, em que tipo de conteúdo investir mais recursos.
Aqui estão métricas essenciais para você monitorar:
- Crescimento e retenção dos membros ao longo do tempo
- Quantas pessoas estão ativas e participam vs. quantas nem aparecem
- Frequência das interações entre os participantes;
- Conteúdos gerados pelos próprios membros (e reações a eles)
- Indicações da marca e compartilhamentos, por parte dos membros da comunidade, fora dela – share of voice
Ah! Novamente, volte aos feedbacks para coletar dados qualitativos também.
Aos poucos você vai sentir que a galera confia no seu negócio e quer colaborar para vê-lo crescer. Poucas coisas são tão gratificantes quanto isso! Fico na torcida.
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