Se você está em processo de construção de uma marca ou até mesmo reformulando o posicionamento da sua, entenda que o manual conhecido como “brand book” é um recurso estratégico e indispensável; um guia para garantir que a identidade seja seguida com consistência.
Nele, desde o tom de voz até cores e tipografia da marca ficam registrados para acompanhamento e utilização por todos os que se envolvem com ela. E, mais do que um conteúdo bonito, esse guia preserva a essência de um negócio.
Explico mais detalhes neste artigo, ajudo você a criar o seu e conto o que não pode faltar no processo se você está pretendendo ter uma love brand. Vamos lá?
O que é brand book e para que ele serve
O brand book é um documento estratégico que reúne todas as diretrizes de um negócio, tanto ligadas à identidade visual quanto ao posicionamento no mercado.
Na prática, ele dá um Norte para gestores e colaboradores manterem a consistência da comunicação da marca e de seu comportamento frente ao público-alvo, contribuindo tanto para ações de marketing quanto em outras instâncias.
Esse material, portanto, vai garantir que tudo siga o mesmo padrão e que as coisas aconteçam com coerência e profissionalismo.
Muita gente o conhece também como “guia visual de marca” ou manual de identidade de visual, mas, teoricamente, nem tudo é a mesma coisa, dá uma olhada aqui no quadro:
| Diferenças entre brand book e guia visual de marca | |||
|---|---|---|---|
| Documento | Características | Aplicação | |
| Brand book | Traz visão estratégica de forma completa | Orientar comunicação interna e externa e tudo o que se conecta a ela | |
| Brand guide | Versão resumida do brand book | Foco na aplicação prática (por exemplo: para repassar a parceiros) | |
| Manual de identidade visual | Conjunto técnico de regras sobre uso da marca | Aplicação totalmente visual (por exemplo: para evitar problemas gráficos) | |
A importância do brand book
Se a sua empresa está nascendo ou em crescimento, e você quer que ela seja levada cada vez mais a sério, comece fazendo um brand book: ele une todas as abordagens necessárias e ainda transmite profissionalismo, além de trazer mais leveza ao cotidiano, mesmo em momentos difíceis.
Listo adiante alguns benefícios de investir recursos no manual.
- Evita ruídos
- Garante consistência em diferentes canais
- Alinha marca e parceiros/colaboradores
- Transmite a essência do negócio
- Reforça autoridade
- Permite evoluir com coerência
Agora, antes de seguir em frente, faço um alerta importante: não adianta abraçar a missão do guide book se a sua marca ainda não estiver registrada. O registro de marca no INPI garante que seu esforço seja protegido, inclusive legalmente, beleza?
Finalmente, vejamos como criar um manual de marca em 7 passos
Planejamento, organização e clareza sobre a essência da sua marca são fundamentais na criação de um brand book. Você também vai precisar de diretrizes e, depois, deverá concretizar tudo num documento fácil de acessar e armazenar.
1. Defina a essência da marca
Antes de pensar em cores ou criar um logotipo, por exemplo, olhe “pra dentro”:
- Propósito – por que a sua marca existe?
- Missão – qual o papel no dia a dia dos clientes?
- Visão – aonde quer chegar nos próximos anos?
- Valores – quais princípios sustentam suas decisões relacionadas aos negócios?
Esse é o ponto de partida.
2. Construa o posicionamento da marca
O posicionamento mostra como você quer que a marca seja percebida no mercado, e o que vai diferenciá-la da concorrência. Considere:
- Tom de voz – como a marca se comunica?
- Personalidade da marca – se ela fosse uma pessoa, como seria?
- Promessa – o que o público-alvo pode esperar em toda a sua interação?
Garanta coesão entre estratégia e comunicação, especialmente para manter lá no alto a reputação da empresa que atua em múltiplos canais.
3. Estabeleça diretrizes visuais
As diretrizes serão a parte mais consultada do documento por muita gente. Inclua:
- Logomarca, logotipo e suas variações
- Paleta de cores (com códigos CMYK, RGB e Hex)
- Tipografia principal e secundária
- Estilo gráfico e elementos visuais que representam a marca
- Ícones e pictogramas personalizados, se houver
- Estilo de imagens, fotografias e mockups
- Bancos de imagem permitidos
Lembre-se de informar o que é necessário para adequação online e offline.
4. Aponte normas de uso
Evite qualquer problema na utilização da marca, destacando:
- Proporção mínima e margens de respiro para logo
- Tons que fogem das cores exatas
- Fundos impróprios para conteúdos visuais
- Restrições de uso da marca em situações específicas
Além de mostrar o que deve ser feito em todo material ligado ao seu negócio, no brand book, deixe claro o que não pode acontecer.
5. Entenda que as diretrizes valem para diferentes canais
Sua marca vai se comunicar em diversos formatos no digital, em embalagens e assim por diante, por isso, o guia precisa indicar maneiras de você e outras pessoas adaptarem elementos visuais e verbais para cada canal, sem que a identidade do negócio seja perdida.
Uma vez entendendo que as diretrizes enumeradas valem para diferentes canais, adapte-as dentro do necessário:
- Registre, especificamente, o uso de logo em cada plataforma digital
- Sinalize se o tom de voz precisar mudar um pouco em anúncios pagos, e-mails marketing ou não
- Deixe detalhes específicos para que apresentações internas e externas sejam padronizadas
E assim por diante!
6. Inclua exemplos
Como o brand book deve ser visual, não apenas descritivo, inclua nele todos os mockups,modelos e exemplos que fizerem sentido para você. Sem exageros, claro.
- Páginas de site
- Cartão de visita
- Assinatura de e-mail
- Posts das redes sociais
- Embalagens
- Papelaria
- Slides
- Anúncios
Faça de tudo para evitar interpretações erradas e garantir que qualquer processo aconteça em cima de referências.
7. Disponibilize a versão final a todos
Terminou? Certifique-se de que todo o conteúdo seja fácil de entender até por pessoas que não sejam da área de comunicação ou design. Em seguida, salve seu brand book em PDF para navegação simples, sem riscos de perder informações, mas também o armazene na nuvem.
Deixe outra cópia aberta para você e pessoas de sua confiança fazerem mudanças quando couber. E um resumo visual de uma página pode ser bem-vindo para equipes operacionais: aí, é você quem decide se faz sentido ter ou não!
Momento inspiração: estruturas de brand book simplificadas para análise
Mesmo já sabendo que o brand book é maior do que só uma imagem, acho que vale você estudar cada um dos exemplos abaixo e começar a pensar sobre como fazer ou atualizar seu guia.
Tipografia da Apple
Cor da Netflix
Layout do Burger King
Ícone da Uber
Para terminar, um conselho: mesmo que você encontre online um template de brand book e queira usá-lo, adapte, personalize e complemente o conteúdo, personalizando-o para a sua marca.
Ele pode ajudar no início, mas não substitui algo criado sob medida. Mãos à obra?
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