Desenho de uma mulher feliz.

Um propósito e todas as suas vertentes: esse deve ser o enfoque da atuação de empresas ao redor do Brasil e do mundo se elas quiserem sobreviver no presente e se tornar marcas relevantes no futuro.

Li um artigo escrito por Jennifer Murtell, vice-presidente de estratégia da Ásia e do Pacífico na Marks, parte da famosa SGS & Co., e entendi que era momento de falar sobre o tema aqui também.

No artigo, dentre outros pontos, a autora ressalta o enorme gap entre ricos e pobres deixado pelo “mito do crescimento infinito,” e menciona dados do Trust Barometer, estudo da Edelman, centro de estudos de confiança em empresas, que, em sua edição de 2020, apontou: quase 60% das pessoas acreditavam que o capitalismo estaria fazendo mais mal do que bem à população em seu formato atual.

Tudo para instigar seus leitores a pensarem, justamente, sobre propósito e papel das marcas no presente e daqui para frente. Algo que eu, agora, faço com você também.

Qual será o futuro das marcas ao redor do mundo?

Eis a questão! E para respondê-la, nada melhor do que avaliarmos as mudanças recentes e tão explícitas no comportamento dos consumidores, não acha?

Métricas que até então eram tidas como verdade absoluta e modelos que funcionavam perfeitamente passaram a ser questionados, dando lugar a demandas e necessidades novas, e o valor de uma marca, bem como o de seus produtos ou serviços – não o preço! – se tornou prioridade, acima do quanto ela é capaz de entregar novidades, recursos ou seguir o “hype” do momento.

Qualidade, durabilidade, autenticidade, responsabilidade, humanização, transparência, confiança e reciprocidade, dentre tantos outros aspectos que seguem a mesma linha de raciocínio, passaram a impactar no quesito “valor”.

Some a isso a demonstração de preocupação genuína com as necessidades e dores dos consumidores e as porcentagens como as apresentadas pela Accenture em estudo recente, de 2024:

  • 47% dos consumidores do mundo dizem preferir comprar de marcas que têm propósito forte; e
  • 53% estão dispostos a abandonar uma marca se acharem que ela está agindo de maneira irresponsável ou antiética.

Acrescente, ainda, uma boa pitada de propósito à receita!

  • Organizações centradas em propósito e experiência do cliente tendem a superar a concorrência não só em crescimento de receita e na criação de empregos, como em retorno para quem investe nelas.
  • Marcas com propósito cresceram quase 70% nos últimos 12 anos, superando aquelas que não têm propósito claro; e
  • 89% dos líderes de negócios do mundo acreditam que estratégias de propósito são vital para o futuro de suas empresas.

Os números pertencem a levantamentos das consultorias McKinsey & Company (2021) e Kantar (2023), respectivamente.

E o que significa, para uma marca, ter um propósito?

Basicamente, ter um propósito é sinônimo de sobrevivência e, a médio ou longo prazo, de crescimento no mercado: tornar-se uma love brand, nos dias de hoje, tem tudo a ver com defender valores e visões não apenas similares aos dos clientes, mas capazes de resultarem em ações que façam algum bem para a sociedade.

E, em paralelo, criar políticas internas pensando no bem-estar e no desenvolvimento dos colaboradores, por exemplo!

Além de só agir, interna ou externamente, dentro do que é defendido, mostrando coerência e superando qualquer tipo de hipocrisia, e de entender que cada uma das ações falam mais do que palavras ou propagandas.

As pessoas querem se sentir compreendidas, então, se uma marca precisa atualizar sua cultura organizacional e reestruturar alguns processos ou até times para se adequar a isso, que faça.

É fundamental que as empresas saibam responder, quando questionadas, perguntas do tipo: “quem é você e o que você faz?”, “com o que você realmente se importa?”, “por que o que você faz tem tanta importância?” ou “qual o impacto do que você faz para as outras pessoas?”.

Tudo isso enquanto buscam compreender e aceitar verdades, às vezes surpreendentes ou duras demais.

5 novas verdades do mercado para você conhecer

Listei alguns desses fatos (consumados)!

  1. O valor que a marca agrega ao consumidor é mais importante do que o produto ou o serviço que ela vende.
  2. Colocar o relacionamento com o cliente em segundo plano pode representar a maior furada da vida de um empreendedor ou empresário.
  3. A confiança não é mais algo que pode ser reconquistado: uma vez perdida, nunca mais! Então, prometer e não cumprir ou vender mentiras deixou de ser opção.
  4. Experiência é tudo, e quem não a oferece nem precisa se considerar como parte da competição.
  5. Investir em inovação e se adequar às leis não é mais uma opção, afinal, isso também faz parte do propósito, bem como da construção de valor de um negócio.

Você faria acréscimos ou alterações na lista? Independentemente da resposta, ambos sabemos que pelo menos uma coisa é certa: se os consumidores estão evoluindo, não haveria por que ser diferente com o mercado. Vale a reflexão.

Fique à vontade para escrever para @ConsolideSuaMarca no Instagram se quiser continuar o papo!