O formato talk show é um programa consagrado na tv aberta, cujos precursores foram os norte americanos. No Brasil, consolidado graças ao grande Jô Soares. Com uma canequinha à frente e sentados no icônico sofá, os convidados respondem diversas perguntas em um bate papo recheado de descontração. Sem graça ou não, é piada o tempo todo!

No ar desde março de 2014 pelo SBT, o programa The noite segue tal linha de programa de entrevistas. E foi em uma das edições de 2019 que o comediante e apresentador Danilo Gentili recebeu o super empreendedor Flávio Augusto.

Adivinhe para falar sobre o quê? Claro, empreendedorismo e sua história por essa tortuosa e, em seu caso, bem sucedida estrada. Ao longo dos pouco mais de 30 minutos de uma conversa Flávio contou um de seus maiores deslizes na carreira: não fez o Registro da Marca da escola de inglês. Putz, que vacilo!

E é em cima dessa história que escrevi este texto. Além de melhor claridade do que aconteceu, você encontrará a seguir informações importantes para não vacilar também e, assim, garantir a segurança do seu negócio.

Quem é mesmo Flávio Augusto, hein?

De sobrenome mais brasileiro impossível, Flávio Augusto Silva é um carioca “da gema” que tem o empreendedorismo na veia. E isso não é exagero. Para você ter uma ideia, fundou a Wise Up (atual nome da rede de escolas de inglês) com apenas 23 anos de idade.

Em 2013, após 18 anos, a rede de escolas foi comprada por (incríveis) 877 milhões de reais pelo Grupo Abril. Neste mesmo ano, adquiriu o clube de futebol norte americano Orlando City, visando atuar no maior mercado de marketing esportivo do mundo. Pense no lucro com produtos que torcedores costumam comprar: camisetas, bandeiras, canecas e dezenas de outros mais.

Atualmente, Flávio se juntou com Carlos Wizard (fundador da rede inglês Wizard) para formar a Wiser Educação, além de envolvimento em tantos outros projetos.

A história: o erro de Flávio Augusto

O próprio Flávio diz que “o nome foi um negócio engraçado” após o cantor Roger - banda Ultraje a Rigor - pedir que contasse como foi criado o nome Wise Up. Já era um indício de que vinha coisa por aí, né?

No início, a rede de escolas se chamava Winners (“vencedores”, tradução literal). Um nome forte e de inspiração, apesar de “um pouco pretensioso”, segundo o Flávio. Todo o investimento de comunicação e papelaria, como os materiais didáticos dos alunos, foi feito em cima dessa marca.

Contudo, devido à sua falta de experiência (palavras dele, não minhas), registrou a Winners apenas na Junta Comercial e se esqueceu do INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). Para o azar do nosso intrépido empresário, também havia uma escola de inglês cujo nome era - pausa dramática - Winners.

Quando soube da coincidência, o titular da marca - a pessoa que a havia registrado devidamente - enviou ao Flávio uma notificação extrajudicial pelo seu uso indevido. Imagine qual foi a reação.

Assim, durante um período no qual a grana estava realmente curta, foi necessário fazer um novo investimento em diferentes frentes do marketing e materiais a fim de evitar problemas com a justiça e o dono da marca Winners. Alguns dos novos “gastos” foram:

      • Logotipo;
      • Letreiro da escola;
      • TODOS os livros impressos e etc.

Bem ao jeitinho brasileiro, ficou decidido que a nova marca deveria começar com a letra W, para se aproveitar alguns materiais.  Em sequência, um concurso entre os professores da escola de inglês foi criado e várias ideias surgiram.

Entre essas estava o (agora super famoso) Wise Up, expressão em inglês para “se liga” (tradução livre). Mesmo não ganhando o voto do Flávio, o nome foi adotado por ser a única opção disponível para registro junto ao INPI.

Os destaques do relato de Flávio Augusto

Agora que você conheceu a história vivida pelo Flávio Augusto, te convido a entendermos juntos 2 destaques do relato: a diferença entre os registros citados e a notificação extrajudicial.

Registro na Junta Comercial x Registro no INPI

Lembra-se que ele diz que fez apenas o registro da empresa na Junta Comercial e achou que era suficiente? Logo após comentou sobre o registro no INPI.

É fundamental saber que os objetivos de cada registro são diferentes e a formalização de um não exclui a necessidade do outro. Veja só um comparativo:

 

Recebimento da notificação extrajudicial

Como o proprietário da escola de inglês também chamada Winners fez o registro corretamente no INPI, ele possuía o uso exclusivo dessa marca em todo o território nacional. E, amparado por lei, solicitou que sua “sósia” carioca trocasse de nome.

Imagem do registro original da Winners

Provável registro original da Winner’s

Mas acredite quando digo que o Flávio Augusto teve muita sorte, pois o risco que ele correu foi muito grande e seu prejuízo financeiro poderia ser muito além de outros investimentos de marketing e impressão de novos materiais didáticos.

Um titular de uma marca pode exigir indenização financeira pelo uso indevido, que chega a 5% do valor do faturamento bruto dos últimos 5 anos.

Por exemplo, se uma empresa faturou anualmente R$100.000,00 , a conta matemática para se chegar ao valor final seria:

 

 

Pergunta importante: como se sentiria em pagar uma indenização que corresponde a 25% do seu faturamento de 1 ano de trabalho suado?

Aprendendo com o erro: como não passar pelo mesmo problema

Citação - texto sobre história erro de Flávio Augusto e nome Wise Up

Não deve ter sido fácil estar na pele do Flávio quando recebeu aquela bendita notificação extrajudicial e ser forçado a mudar grande parte pelo qual lutou. E detalhe: sem grana. Algo que não se deseja a ninguém, né?

Por mais ruim que tenha sido, a experiência serviu de aprendizado - e um muito importante - ao, hoje, super empreendedor. Espero que também sirva para você, que lê este texto.

A proteção do seu negócio, seu sonho de vida, é de suma importância e deve começar a partir de agora. Busque registrar sua marca o quanto antes!

Até porque, além de evitar o uso indevido por outras pessoas e empresas, o registro da marca apresenta mais benefícios importantes:

      • Torna tal marca uma propriedade, assim como a escritura de um terreno;
      • Maior credibilidade com o ® junto ao logo da empresa;
      • Possibilidade de licenciar a marca para diferentes produtos, como a Disney;
      • Segurança para abrir franquias de seu negócio.

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E aí, curtiu conhecer a história do Flávio Augusto e Wise Up e como não cair no mesmo erro?

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