
Dar um nome para uma marca e, portanto, tirar um tempo para pensar e definir o naming de um negócio depende de estratégia. O naming deve mostrar propósito, posicionamento e diferenciação para o mercado, tornando-se ponto de partida para toda a construção da identidade da marca; a base para um empresário poder chamar de “seu” um ativo de valor inestimável.
Ao longo de tantos anos acompanhando o registro de milhares de marcas, percebi que muita gente subestima essa etapa, escolhendo nomes por gosto pessoal e sem avaliar se as escolhas são realmente adequadas, memoráveis e registráveis.
É por isso que escrevo este artigo!
Quero combater os riscos de um rebranding precoce, de perda de autoridade e de problemas jurídicos junto com você, leitor(a). E vou te mostrar, do zero, o melhor caminho para o processo de naming correto – atrelado à proteção legal do seu negócio.
Continue lendo.
O que é naming? Explicação rápida!
“Naming” nada mais é do que o ato de dar um nome a uma marca, um produto ou um serviço, visando transmitir a visão e o posicionamento de uma empresa ao mercado.
Esse ato pode ser explicado como um processo estruturado, que leva à escolha certa do nome; à definição de um “título” que representa o negócio de forma autêntica e estratégica.
Qual a importância do naming? Parece algo tão simples…
Dentro do universo do branding, o naming é o primeiro passo para a identidade de uma marca ir ganhando forma. Ele é a base sobre a qual se constroem todos os outros elementos, da comunicação visual ao tom de voz.
Por isso, precisa:
- Evocar sentimentos
- Despertar curiosidade
- Comunicar posicionamento
- Conectar marca e público-alvo
- Transmitir essência em poucas letras
- Ser coerente com o propósito do negócio
Enfim, pense na definição de nome como um trabalho árduo para se chegar ao “como” as pessoas vão perceber sua empresa, lembrar-se dela e torná-la parte do cotidiano. E ao “de que forma” o mercado vai reagir a tudo isso.
Com um naming bem estruturado, você terá construído seu alicerce para uma marca forte e memorável.
O que não fazer durante um processo de naming?
Minha experiência me diz que, antes de conversar com você sobre o que deve ser feito (para além do que já falamos), preciso destacar alguns aspectos proibidos no naming, tudo bem? Vamos a eles:
- Optar por palavras excessivamente descritivas ou difíceis de ler, escrever, falar e memorizar ou até escolher o próprio nome como nome de marca
- Aderir a tendências passageiras, ficando com um nome que estará obsoleto em poucos meses ou anos
- Juntar uma palavra com outra na tentativa de conseguir uma construção com um terceiro sentido que, para o INPI, não existe
- Copiar estruturas famosas (o -fy de Spotify, o -flix de Netflix e outras) só para parecer descolado, sem nenhum propósito
E o mais importante: esquecer de verificar se o nome está livre para registro e uso, deixando de executar não não uma pesquisa simples, mas uma busca de anterioridade completa.
Não faça isso, tá?
Agora, trago dicas.
10 dicas de naming para a sua empresa – Graças aos meus anos de experiência
Fiz uma lista de tudo o que descobri trabalhando com registros de marca, e a disponibilizo agora exclusivamente para você, quase como um grande catálogo de dicas:
- Os nomes mais fortes são simples, mas cheios de propósito, por outro lado, um nome escolhido por impulso ou “porque é legal” quase sempre acaba gerando dor de cabeça
- Para escolher bem um o nome de uma marca, em qualquer idioma, ele precisa ser fácil de pronunciar e escrever; nada de nome longo ou confuso!
- Sua escolha nunca será boa o suficiente se você não testar suas opções em voz alta, conversando com outras pessoas e aplicando-as em tudo o que levará a identidade visual do seu negócio
- Limitar o nome a um nicho ou produto específico não só dá problema no INPI como limita qualquer possibilidade de expansão
- Cuidado, pois, mesmo sem querer ou mesmo que não seja logo de cara, em algum momento, o público associa o nome da marca a algum sentimento ou significado negativo, se ele existir
- E, por falar no INPI, é mais fácil conseguir aprovação do pedido de registro de primeira quando o nome é distintivo, não descritivo, não genérico, não imitativo e não cria risco de confusão fonética ou visual – Anotou?
- Além de checar a disponibilidade do nome para registro no INPI, recomendo fortemente que você verifique se domínio (site) e @ para redes sociais também estão disponíveis
- Naming de produto ou serviço não é a mesma coisa que naming de marca, por isso, os primeiros até podem ser temporais e específicos, mas o outro, o título principal, não. Nunca!
- Tente enxergar o processo de naming da sua marca como a construção de um guarda-chuva sob o qual estarão todos os valores e as visões do negócio, pontos que definirão, também, seu potencial de crescimento
- Coloque as ideias na cabeça de pessoas que você confia e “mude de assunto” por uns dias, voltando a falar sobre o nome da sua marca depois que o papo quase cair no esquecimento. Veja qual opção cada pessoa consegue lembrar. Fique com aquela que gruda
Pronto! Para encerrar, a seguir, preparei um checklist prático que pode ser aplicado imediatamente.
Como garantir um processo de naming que funciona?
Comece entendendo profundamente a sua marca, gere um montão de ideias (até usando a IA, se quiser), filtre as melhores e teste a viabilidade delas para, então, validar a aplicação. Alie metodologia, criatividade e cautela jurídica.
Em outro artigo aqui do blog, você encontra 5 passos para criar nome de marca + bônus e prompts, mas, antes de ir, tire uma captura de tela do quadro adiante!
[ ] Defina público, propósito, posicionamento, diferenciais e território emocional
[ ] Identifique sensações e ideias que o nome deve transmitir
[ ] Registre de forma visual as limitações e os riscos dos quais você deve fugir
[ ] Faça uma lista de opções, explorando diferentes tipos de nomes
[ ] Classifique suas alternativas por força estratégica, não por gosto pessoal
[ ] Elimine nomes difíceis de ler/escrever/falar, muito longos ou sem significado
[ ] Teste os que sobraram, falando-os em voz alta, escrevendo-os etc.
[ ] Ainda como parte do seu teste, busque saber a percepção de terceiros
[ ] Seguindo o critério de coerência com o posicionamento da marca, escolha 5-10 finalistas
[ ] Use uma ferramenta de pesquisa de marca para saber se estão livres no INPI
[ ] Cheque disponibilidade de domínio e @ nas redes sociais
[ ] Valide a escolha e formalize o pedido de registro
Se precisar, conte com ajuda especializada para não gastar tempo e dinheiro à toa e comece a construção do seu branding com tranquilidade e segurança jurídica!
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